Posts Tagged ‘educação’

Literacia para os media

Setembro 28, 2012

Bibliotecas e Internet

Fevereiro 14, 2011

(…) foi um dos dados que surpreendeu a coordenadora nacional do estudo, Cristina Ponte, que reforça o potencial das bibliotecas como espaço a apostar para ensinar os alunos a fazer uma boa utilização da Internet. Os investigadores presentes no debate sobre os resultados do estudo foram unânimes em considerar que com a rede de bibliotecas escolares e com a presença – obrigatória há dois anos – de professores bibliotecários está aberto caminho para uma intervenção mais ativa junto dos alunos. Esta intervenção passa por dar apoio, controlar e ensinar a fazer um bom uso da Internet, nomeadamente junto dos jovens oriundos de estratos socioeconómicos mais baixos, que são, simultaneamente, quem tem menos apoio deste género em casa e quem mais usa as bibliotecas, por ter acesso à Internet grátis.

Segundo o estudo, a procura de bibliotecas por jovens portugueses para aceder à Internet é em Portugal o dobro da europeia. As crianças procuram-nas como um espaço onde se sentem bem, tal como em casa, refere Cristina Ponte, acrescentando que há crianças com Internet em casa que ainda assim vão para as bibliotecas, muitas vezes com o seu portátil, para conviver. “Este dado vem reforçar o potencial das bibliotecas, que deve ser pensado. As bibliotecas são locais de socialização e um potencial para intervenção ativa em matéria de segurança”, afirmou a investigadora.

Acrescentou, a propósito, que a EUKids está a fazer um programa de formação para bibliotecários para a área dos riscos da Internet. José Pedroso, do Ministério da Educação, afirmou que já muitas Câmaras Municipais estão a desenvolver projetos de formação nesta área, nas suas bibliotecas, junto de professores e de crianças, mas também dos pais e até avós.

in http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1776107

Aos professores

Dezembro 1, 2010

MUDANÇA

Julho 29, 2010

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO (cont.)

Junho 18, 2010

DESAFIOS PARA OS PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO

Com a Internet ocorreu uma alteração radical do modelo tradicional de procura da informação: a validação da informação não está a cargo do profissional mas do utilizador. Daí o ‘apagamento’ relativo dos profissionais da informação, assim como de todos os mediadores. Mas com a Internet, os profissionais da informação vêem as suas actividades desenvolver-se segundo dois eixos, nos quais se coloca a questão da avaliação da informação. O primeiro diz respeito à descrição, avaliação, selecção e validação das informações e dos recursos; o segundo  diz respeito ao acompanhamento e à formação dos utilizadores para a pesquisa e selecção de informação.

AVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO

A avaliação da informação na Internet suscita, há alguns anos, uma abundante produção de textos e mobiliza gente de campos muito diversos do saber. Isto é um óbvio testemunho da importância e da natureza dos problemas ligados à avaliação. Alexandre Serres detectou pelo menos três sinais que testemunham  a chegada em força da avaliação: aparecimento de cada vez mais critérios para aferir a qualidade da informação; esses critérios variam segundo os domínios e os objectivos dos diversos utilizadores e para avaliar existem já grelhas de avaliação.

O segundo sinal é o aparecimento de empresas, de sites, de instrumentos, especializados em avaliação, qualidade dos sites Web, etc.

O terceiro é a promoção de iniciativas para avaliar a qualidade dos sitesWeb institucionais. O Quadro de Qualidade de Bruxelas, criado por uma resolução europeia do Conselho de Ministros da Cultura, adoptada em Novembro de 2001, assume-se como o ‘primeiro utensílio europeu’ a estabelecer um conjunto de critérios de qualidade aplicável aos sites culturais. O objectivo é incentivar os sites culturais a apostarem na qualidade. Esse instrumento pretende aferir a qualidade em termos objectivos e mensuráveis, contendo, para isso, algumas categorias de critérios, que dizem respeito à apresentação do site, ao conteudo, à política, à concepção ergonómica e à interactividade.

http://www.umic.pt/images/stories/publicacoes200709/communication_acte_pt_fin.pdf

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO(cont.)

Junho 17, 2010

Desafios da avaliação da informação

O riscos e perigos da ‘infopoluição’ podem provocar inúmeros efeitos, mais ou menos graves, para os utilizadores da Internet, principalmente para os mais novos:

  • perda do espírito crítico (fuga, renúncia ao trabalho de selecção, preguiça intelectual diante da facilidade de acesso)
  • risco de relativismo total (colocar todos os tipos de informação e todas as fontes no mesmo plano)
  • perigo de intoxicação pelos rumores, desconfiança em relação às informações difundidas (oficiais e mediáticas)
  • ilusão de informação, confundindo-a com conhecimento, com cultura

Os desafios da avaliação da informação são desafios educativos, de formação intelectual, de desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de julgamento dos indivíduos.

Ao contrário do problema dos motores de busca (aperfeiçoados sem cessar), a questão da avaliação é uma questão puramente cognitiva, não automatizável, que diz respeito á dimensão ‘humana’ da informação.

A formação dos utilizadores (alunos, professores…) para a avaliação da informação não pode assentar em competências técnicas, nem em receitas ou soluções ‘chave na mão’ (certas ilusões ingénuas ou crenças excessivas nas capacidades técnicas).

Sobre a técnica do rastreamento ocular (eye-tracking), Alexandre Serres conta que uma empresa informática francesa utiliza um dispositivo técnico (um ‘oculómetro’, um eye-tracking) permitindo seguir os movimentos oculares dos internautas lendo uma página Web: Graças a este equipamento, podemos julgar objectivamente a pertinência da organização das páginas e da informação, validar ou não a solução gráfica adoptada, verificar se cada zona de cada página cumpre o objectivo que lhe é cometido… (Pierre Barthélèmy). Coloca também uma questão – para além da ‘performance’ técnica e do interesse real deste dispositivo para compreender as práticas de leitura dos documentos digitais, até que ponto será suficiente para avaliar um site Web?

in Público na escola, nº200, Fevereiro 2010

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO (cont.)

Junho 16, 2010

A LÓGICA (OU A TIRANIA) DO TEMPO REAL

Às quatro poluições informacionais apresentadas por Eric Sutter (superabundância; mediocridade da informação; abusos e efeitos perversos da publicidade; contaminação da informação),Alexandre Serres acrescenta o risco do tempo real na informação. O tempo real, a velocidade e a instantaneidade são características fundamentais da informação digital e da nova economia política da informação. Trata-se de uma característica profunda do digital e não de uma infopoluição. Contudo ela comporta riscos relevantes:

  • a confusão entre o acontecimento, a sua apreensão e recepção
  • a pressão da urgência, da velocidade, do tempo real sobre os comportamentos e os usos informacionais
  • a lógica do espectacular, do sensacional na transmissão da informação
  • a contradição profunda com a lentidão requerida pela integração e ‘digestão’ da informação (contradição entre informação e conhecimento, pesquisa de informação e aprendizagem …)
  • a aceleração incontrolada das redes e das máquinas informacionais, que conduzem ao ‘Tchernobyl da informação’ (Paul Virílio)

Alexandre Serres nota que a questão do tempo real e da velocidade ultrapassa muito a questão da avaliação da informação; mas é importante tomar isto em consideração para melhor identificar os desafios da avaliação. Em resumo, pode ter-se em conta diversos aspectos destas ‘poluições informacionais’, contra as quais a melhor garantia é o desenvolvimento de uma verdadeira ‘cultura informacional’ (onde a avaliação da informação é um elemento-chave).

in Público na escola, nº 200, Fevereiro 2010

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO (cont.)

Junho 14, 2010

Terceira poluição: a contaminação da informação

Metáforas ; imagens

  • a poluição fluvial ou marítima
  • a imagem da ‘maré negra’

Fénomeno:

  • proliferação de informações indesejáveis na Internet – pornografia, pedofilia, seitas, racismo, revisionismo
  • contaminação de informações aparentemente ‘sãs’ por informações duvidosas – sites revisionistas; sites da Cientologia; sites pornográficos em páginas aparentemente inofensivas, sites racistas disfarçados em sites científicos …

Causas:

  • ausência ou dificuldade de controlo editorial na Internet – não importa quem pode publicar e não importa oque
  • utilização da Internet como arma política, meio de propaganda, meio comercial, meio de comunicação para redes mafiosas ou delinquentes…

Remédios:

  • remédios técnicos – filtros (que os educadores podem usar), de eficácia relativa e que dizem respeito a sites pornográficos (permitem proteger as crianças)
  • remédios ‘humanos’ – espírito crítico, cultura geral (histórica, política), espírito cívico

As melhores armas contra esta poluição são os meios jurídicos e políticos, através dos quais se assinala um site revisionista, o motor de busca que o referenciou, o servidor que alojou, e se apresenta queixa contra sites ilegais, etc. Os remédios socio-técnicos, militantes , que fazem com quese proceda ao envio maciço de mensagens para saturar um servidor, à denúncia de site junto dos internautas, etc.

in Público na escola – nº 200, Fevereiro 2010

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO (cont.)

Junho 11, 2010

Segunda poluição: a desintoxicação, a mediocridade da informação

Metáforas, imagens:

  • a intoxicação; o envenenamento
  • noções de fiabilidade, de ‘segurança’ da informação, de confiança – posso consumir sem risco esta informação que encontrei? (analogia com os riscos alimentares)

Causas:  O fenómeno é antigo. Adquire, contudo, características novas com a Internet.

  • Mudança de escala – o poder da Internet multiplica o impacto das falsas informações, dos rumores…
  • o problema da fiabilidade das informações – não decorre necessariamente da manipulação, mas da falta de seriedade e de verificação das fontes, problemas de replicação das informações sem verificação…

Alexandre Serres cita um estudo universitário americano (2002) que mostrou dois factos interessantes e paradoxais: por um lado, 70% dos americanos que utilizam a Internet declaram que a rede é a sua principal fonte de informação, muito à frente da imprensa ou da televisão; por outro, menos de 53% dos mesmos internautas julgam fiáveis as informações encontradas na Internet; e entre os que não utilizam a Internet, 33,6% confiam nas informações da rede.

  • a confusão de escritos e documentos, a heterogeneidade das informações disponíveis. Como será, doravante, possível distinguir o esboço ou o anteprojecto de um texto final de um investigador, como identificar um relatório científico, um texto de propaganda de uma seita, um documento promocional, uma página pessoal de um estudante de uma escola secundária?

Efeitos:

  • existência de uma desconfiança geral em relação à Internet e os media
  • intoxicação pelos rumores (hoaxes)
  • perda de referências, perda de confiança em instâncias seguras, reconhecidas
  • confusão intelectual generalizada, perante a mistura de todas as fontes

Que remédios?

Não existe ‘solução tecnica’ para evitar a desinformação, não existe nenhuma garantia de escapar a uma intoxicação, a um rumor. Há atitudes, competências e uma cultura informacional a adquirir, com a ajuda de regras usadas pelo jornalismo de investigação e pela investigação científica.

– conhecer e verificar as fontes…

– confrontá-las

– verificar os factos evocados

– etc.

A importância da avaliação da informação em relação a esta poluição informacional – o risco da desinformação, a falta de fiabilidade, a mediocridade da informação … são alguns dos desafios que a avaliação da informação na Internet deve resolver.

in Público na escola, nº200, Fevereiro 2010

ECOLOGIA DA INFORMAÇÃO (cont.)

Junho 10, 2010

Como lidar com a superabundância informacional?

  • Utensílios e métodos de tratamento da informação:

Para os utensílios de pesquisa, designadamente os motores de busca, a superabundãncia ou o dilúvio informacional são o principal desafio a enfrentar, desde o boom da Internet. Inúmeras soluções foram já encontradas e disponibilizadas pelos utensílios de informação, designadamente

– pelo seu poder de recolha e de indexação, pela sua capacidade para tratar enormes massa documentais e extrair delas informações pertinentes;

– pelas tecnologias  e pelas metodologias  de filtragem da informação.

Novas soluções estão a ser desenvolvidas com os trabalhos  da Web semãntica.

  • Utilizadores da informação:

Para os utilizadores, fazer face à superabundância de informação implica o desenvolvimento de comportamentos e de práticas pessoais de filtragem, de selecção, de eliminação, etc. , visando uma atitude de verdadeira ‘dietética informacional’, que não está adquirida e muito menos disseminada. O desenvolvimento de formação dos utilizadores no manejo da informação constitui igualmente uma das respostas colectivas possíveis a esta superabundãncia informacional, contribuindo para um melhor domínio dos utensílios e técnicas de pesquisa.

As respostas ou os remédios possíveis (no plano humano) decorrem de uma relação mais geral com a informação, com práticas e com usos, de uma definição mais fina das suas necessidades de informação, etc. Havendo avaliação, ela incidirá neste contexto sobre as necessidades de informação, sobre as razões, as motivações e os objectivos que nos impelem a procurar a informação.

in Público na escola, nº200 – Fevereiro-2010